terça-feira, 27 de outubro de 2009

Cultura do Feijão

CULTURA DO FEIJOEIRO



1.1.METODOLOGIA

No presente estágio, os manejos efetuados foram indispensáveis para o cultivo do feijoeiro.Dentre os manejos destacam-se:Semeadura, forma de plantio direto, com o uso do herbicida Roundoup, para dessecação da área.Sendo que foi aplicado fertilizante no momento da semeadura.

Aplicação de uréia:143kg/há ,aos 45 dias.Aplicação de agrotóxicos:foram efetuadas aplicações com herbicidas,fungicidas e inseticidas.


2.0.RESULTADOS E DISCUSSÕES

A produtividade foi de 30 sacas por há.Uma quantidade razoavelmente boa, em relação ao potencial do feijoeiro.Acredita-se que os fatores limitantes da produção foram:quantidade utilizada de adubação no plantio, e uréia usada na cobertura.

Daqui em diante relata-se o manejo efetuado, dentre como o que se recomenda ser efetuado para a cultura do feijoeiro.Que vai do início, até o final do estabelecimento da cultura.


2.1.PREPARO DO SOLO

O preparo do solo pode ser realizado, na forma convencional, ou em sistema de plantio direto, dependendo do maquinário disponível pelo produtor, e conhecimento de técnicas de manejo adequadas.

O preparo do solo tem por objetivo básico, otimizar as condições de germinação, emergência, e estabelecimento das plântulas.

O preparo consiste em duas etapas no sistema convencional:o afrouxamento do solo, com o uso de arados e grades, usados também para a incorporação de corretivos e fertilizantes.No segundo passo se faz o nivelamento do terreno, depois efetua-se o plantio conforme o planejado pelo produtor.

No sistema de plantio direto, é basicamente efetuada a aplicação de herbicidas para o controle das plantas daninhas, e feito o plantio.Ou pode-se proceder o plantio e depois faz-se a aplicação de herbicida na pré-emergência.Na área do feijão foi efetuado o uso do herbicida Roundoup, utilizado na pré- emergência da cultura,na ordem de 2kg por hectare.


2.2.ESCOLHA DA VARIEDADE

Hoje no Brasil tem-se uma grande gama de variedades disponíveis para o plantio, que visam uma boa escolha da variedade para as diferentes regiões do país.Na cultura do feijoeiro do presente estágio, foi utilizada a variedade Uirapuru, de ciclo que corresponde a 110-120 dias, até sua completa maturação fisiológica.


2.3.TRATAMENTO DE SEMENTES

O tratamento de sementes tem por objetivo, a proteção da semente enquanto ela está em fase inicial de germinação no solo.O tratamento efetuado na parcela do feijão, foi com o objetivo de proteger a semente contra o ataque de insetos com o inseticida Cruiser.Para a proteção contra o ataque de doenças fungicas, foi utilizado o fungicida Spectro.


2.4.USO DE FERTILIZANTES

O uso de fertilizantes é essencial, para a suplementação de nutrientes pela planta. A aplicação de fertilizantes é na maioria na forma de NPK , que são os nutrientes mais importantes requeridos pelas culturas em geral.Na área do feijoeiro, foi utilizado o NPK 5-20-20, no ato do plantio.Foram também utilizada adubação nitrogenada na forma de uréia;143kg/há,45 a 50 dias.


2.5.ADUBAÇÃO FOLIAR

A adubação foliar tem por objetivo restabelecer o fornecimento de nutrientes à planta, de forma via foliar. Sendo que não existe literatura que comprove realmente, o aumento de produção por parte da cultura do feijoeiro.

É visível um melhoramento de estado da planta e aspecto mais esverdeado.Na parcela do feijoeiro foi utilizada a adubação foliar com os nutrientes:Molibdênio e Cobalto, na proporção de 0,5 kg por há.



2.6.DELIMITAÇÃO DA PARCELA E DENSIDADE DE SEMEADURA

A delimitação da parcela e densidade de semeadura, é muito importante, para que se possa estabelecer uma determinada área para que a planta possa estabelecer-se, sem problemas de falta de espaço para seu crescimento, e alta densidade de semeadura, que tanto pode vir a prejudicar a produtividade, quanto pode propiciar a infestação de doenças fungicas, pela pouca infiltração de raios solares.

A delimitação da parcela foi estabelecida conforme os resultados dos cálculos de densidade usados.No plantio foram utilizados 53kg de semente por metro linear.

Ocorreu uma visível desuniformidade no plantio em certas partes da parcela, os motivos podem ser vários, como:germinação desuniforme, desnível de semeadura, ataque da broca do colo entre outros.



3.1.ESTÁDIOS FENOLÓGICOS DO FEIJOEIRO

Os estágios fenológicos do feijoeiro, são as fases pelas quais a planta passa, dentre eles, podem ser citados...

• V0:Germinação;

• V1:Emergência;

• V2:Desdobramento das folhas primárias;

• V3:Emissão das primeiras folhas trifoliadas:Neste momento evidencia-se o rápido desenvolvimento vegetativo da planta, o qual assume o ritmo máximo, somente no estádio seguinte;

• V4:Emissão da terceira folha trifoliada:Aumento da área foliar, qualquer estresse que ocorra nesta fase (hídrico, nutricional, competição com daninhas, fitotoxidade), podem prejudicar o desenvolvimento da cultura;

• R5:Florescimento:Aparecimento das primeiras flores;

• R7:Formação das vagens:Inicia-se o aparecimento das primeiras vagens, medindo mais de 2,5cm de comprimento.

• R8:Enchimento de vagens:Inicia-se o crescimento das sementes dentro das vagens.Ao final desta etapa, as sementes começam a perder a coloração verde, e começam a mostrar a cor característica da cultivar.

• R9:Maturação fisiológica:As vagens começam a secar, e a pigmentação começa aparecer característica.



4.1.COBERTURA DE SOLO

A utilização de cobertura de solo, é uma prática bastante usada na manutenção e na melhoria de sua fertilidade.Além dos aspectos físicos nos quais a palhada atua como proteção contra a erosão , como isolante térmico, protegendo o solo das grandes variações de temperatura, na manutenção da umidade em períodos de seca, e ainda no fornecimento de matéria orgânica.


4.2.FITOTOXIDADE COM HERBICIDAS

A aplicação de herbicidas compões um dos principais fatores de aumento de custo de produção.Várias técnicas são utilizadas para aumentar a eficiência destes, e diminuir seus custos, como alteração da dose a ser aplicada e associação entre dois ou mais princípios ativos.

Em contrapartida a fitotoxidade à cultura deve ser cuidadosamente analisada, para evitar danos às plantas e a produtividade.No presente estágio, constatou-se que o feijoeiro sofreu fitotoxidade com o herbicida seletivo Primatop,6 litros/há.Que representou uma visível perda de produção nas divisões da cultura do milho.


4.3.COLHEITA E PRODUTIVIDADE

A colheita é o processo pelo qual a produção passa ao término de sua maturação fisiológica, para a obtenção do produto.Antes e durante a colheita deve se proceder com algumas providencias, que garantam que o processo de colheita não apresente imprevistos, como é o caso de regulagens e revisões da colheitadeira, ou batedor de cereais, para que se perca o mínimo de produto possível.

Os grãos colhidos podem variar de umidade,sendo que o ideal é que seja feita com uma proximidade de 17% de U.R.Sendo que no momento da venda é considerado um desconto a partir de 14%, que é o ideal a ser armazenado.

Uma boa produtividade é sinônimo de garantia de colheita, mas existem fatores que interferem na produção, para estes deve-se ter um bom planejamento por parte do produtor no manejo completo que será realizado durante todo o transcorrer da cultura.


5.0.PRAGAS E DOENÇAS NA CULTURA DO FEIJOEIRO

As pragas e as doenças, podem ser as principais causas de perdas na produção, na cultura do feijoeiro.Pra isso recomenda-se alguns cuidados preventivos, e métodos curativos.


5.1.BROCA DO CAULE

Bemisia tabaci- Embora receba o nome de mosca branca, não se trata de uma mosca, pois estas soa de ordem diferente.São insetos muito pequenos.Medem pouco mais de 1,0 mm.Esse biótipo é mais agressivo e tem maior eficiência na transmissão do Bean golden mosaic , o vírus causador do mosaico dourado do feijoeiro.

A mosca branca possui uma ampla gama de hospedeiros, mais de 500 espécies botânicas, que incluem plantas importantes como a soja, de onde a mosca migra para o feijoeiro.É exatamente após o aumento da área cultivada de soja,é que a praga começou a ser muito prejudicial ao feijoeiro.

Ela causa danos no colo da planta, ela raspa ao seu redor, quando chega aos vasos condutores de seiva , ela debilita a planta, impedindo o fluxo de seiva às demais partes da planta.



5.2.MANCHA ANGULAR

Phaseoriospsis griseola – Seus sintomas típicos são encontrados nas folhas que apresentam lesões com formas geométricas, na forma de ângulos , devido à restrição do crescimento do fungo no interior dos tecidos pelas nervuras da folha.Quando o ataque é severo, observam-se lesões emendadas umas às outras,o que leva a uma perda da área fotossintetizante,passando a folha a apresentar coloração amarela, caindo prematuramente.

É possível observar sintomas em outros órgãos da planta, por exemplo nas hastes onde as lesões são alongadas, e também nas vagens,com lesões em forma circular,sem depressão.As sementes de plantas infectadas geralmente tem o tamanho e peso reduzidos.




5.3.ANTRACNOSE

Colletotrichum lindemunthianum- O fungo ataca toda a parte aérea da planta, e é nessa região que são observados os sintomas da doença.Os sintomas típicos são encontrados nas vagens que apresentam lesões circulares, de coloração marrom a escura e, dependendo do estágio de infecção, com depressões no centro das lesões por vezes,uma massa de esporos de cor rosada.

Nas folhas,os sintomas caracterizam-se por apresentar, na sua parte inferior, lesões necróticas, de cor marrom escura nas nervuras.Quando o ataque é severo, é possível visualizar essas lesões na face superior da folha, desenvolvendo também uma região clorótica e as folhas tendem a curvar-se para baixo, podendo ainda a área necrótica estender-se por todo o tecido foliar.

Temperaturas entre 13 a 27°C, com alta umidade doença e, favorecem a doença.Os sintomas da doença surgem cerca de seis dias após ser inoculado na planta.No presente estágio foi realizado o tratamento da antracnose com fungicida Amistar, feita a aplicação na parte aérea da planta, com a dosagem de 150ml/há.



5.4.FERRUGEM

Uromyces appendiculatus –Os sintomas são mais comuns nas folhas que,inicialmente apresentam manchas esbranquiçadas que depois, evoluem para pontuações de cor amarela com elevações no centro.Posteriormente essas pontuações aumentam de tamanho até que se rompem e formem o que é conhecido por pústula,que é o tecido da folha elevado como se fosse um “vulcão”.No seu centro encontra-se intensa esporulação de cor pardo-avermelhada à marrom.Essas pústulas são sintomas típicos da ferrugem no feijoeiro.

Os esporos do fungo são facilmente disseminados pelo vento, homem, implementos agrícolas e animais.As condições ideais para a ocorrência da doença são temperaturas entre 16 a 25°C.Temperaturas elevadas acima de 35°C tendem a inibir a ocorrência da doença.

Como medidas de controle, recomenda-se o uso de cultivares resistentes, a rotação de culturas,remoção de restos culturais,plantio em períodos que se evite a temperatura e umidade ideal para o fungo.O tratamento no presente estágio foi realizado para todas as doenças fungicas com o uso do fungicida Amistar, com dosagem de 150ml/há.



5.5.MOFO BRANCO

Sclerotinia sclerotiorum –Os primeiros sintomas aparecem como reboleiras,principalmente em local de plantio adensado e com acamamento de plantas.Nos órgãos como hastes, folhas e vagens, os primeiros sintomas são manchas encharcadas, seguidas por uma espécie de massa branca e de aspecto cotonoso, que são as estruturas do fungo.

A doença pode se desenvolver dentro de uma faixa de temperatura muito ampla, ou seja de 5 a 30°C,porém a umidade é fator essencial para a sua ocorrência em áreas irrigadas.

O controle da doença deve começar por medidas que evitem a entrada do patógeno em áreas onde este ainda não tenha ocorrido,como uso de sementes certificadas, limpeza de implementos, evitar o tráfego de pessoas, carros e animais de localidades onde haja contaminação, para as áreas não contaminadas.



5.6.CRESTAMENTO BACTERIANO

Xanthomonas axonopodis pv.phaseoli –É uma doença que ocorre na cultura do feijoeiro, principalmente em regiões úmidas e quentes.No Brasil, é problemática em todos os estados da região Sul, Sudeste e Centro-Oeste, principalmente no plantio das águas.No exterior sabe-se que pode causar perdas de até 45%,porém, no Brasil, não se tem estimativa da extensão do dano que pode causar.

A bactéria ataca toda a parte aérea da planta,sendo os sintomas visualizados em caules, folhas, vagens, e sementes.Nas folhas inicialmente aparecem pequenas manchas em que o tecido tem o aspecto encharcado e translúcido.Essas manchas evoluem para lesões de coloração parda com bordas amarelas, tornando o tecido quebradiço.

No caule e nas vagens, as lesões podem ser deprimidas e encharcadas que por sua vez , pode apresentar coloração avermelhada.Em ataques severos, há intensa desfolha.As sementes doentes tem aspecto enrugado e com escurecimento de tecido na região do hilo.

O controle deve ter mais o aspecto preventivo, pois não existe nenhum produto químico, de eficiência comprovada para o controle curativo da doença. A primeira medida a ser adotada é o uso de sementes livres do patógeno.Em alguns países, o nível de tolerância é zero para a incidência de X.axonopodis pv Phaseoli em sementes de feijão.

O controle desta doença é fundamentada no uso de sementes sadias, no emprego de cultivares resistentes, rotação de culturas, remoção de plantas doentes, e incorporação dos restos culturais.


5.7.VAQUINHA

Diabrotica speciosa- É uma espécie de besouro muito pequeno, de cor esverdeada, com três manchas amareladas em cada asa superior.As fêmeas põem seus ovos no solo.Suas larvas, após a eclosão, podem penetrar nas raízes do feijoeiro e danificá-las, além de servirem de porta de entrada para patógenos do solo, sobretudo espécies de Fusarium sp. Porém os adultos são os que tem maior potencial de dano ao se alimentarem das folhas.

Principalmente em populações elevadas, há casos que até mesmo a gema apical da plântula é atacada, e esta levada a morte.Para o controle da vaquinha e das demais pragas que atacam o feijão, foi realizado o controle com o inseticida Curyon, na dose de 120ml/há.


6.1.PLANTAS DANINHAS

As plantas daninhas na cultura do feijoeiro, prejudicam principalmente com a competição de espaço com a cultura, e a absorção de nutrientes, além de poder ser uma planta hospedeira de inoculo de doenças fungicas e bacterianas.

Seu controle pode ser feito em pré-emergência, ou pós-emergência, dependendo do tipo de planta daninha.Pode se usar herbicidas:seletivos, não seletivos, de contato e sistêmicos,sendo que se deve optar por aquele que seja recomendado o seu uso para a determinada daninha.

O seu controle é essencial para garantia de melhor produtividade.No presente estágio, o controle foi feito com o herbicida seletivo:Robust, em uma dosagem de 900ml/há.


6.2.MANEJO NO DESENVOLVIMENTO DA CULTURA

No desenvolvimento da cultura do feijoeiro foram efetuados os devidos controles contra as plantas daninhas,e doenças que acometeram a cultura,com seus respectivos produtos, nas suas devidas recomendações já citadas.

A aplicação de agrotóxicos, adubação e fertilizantes foi efetuada com o uso de trator e seus respectivos implementos, nas necessidades precisas.





REFERENCIAL

REUNIÃO TÉCNICA CATARINENSE DE MILHO E FEIJÃO, 5,2005,Chapecó, SC:Epagri-Cepaf ,2005.336p.


CADERNO DE CULTURAS ANUAIS-FEIJÃO,2008.


NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DO FEIJOEIRO,Ciro Antonio Roselem , Piracicaba :Associação Brasileira para pesquisa de Potassa e do Fosfato ,1987.93p.il.(boletim técnico 8 ).


APOSTILA DE ARROZ E FEIJÃO,Embrapa, pesquisa em foco, maio de 1998.


Sites consultados

Arroz e Feijão,www.embrapa.com.br

www.cnpaf.embrapa.br/feijão/historia.htm

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